sexta-feira, setembro 23, 2005

Former Posts - parte 1

12 de Setembro
Um dia e alguns anos depois do famoso dia, pelos piores motivos, atravesso um oceano e (quase) um continente para chegar a Reno. Sou bióloga e, como a maioria dos biólogos, viajo várias vezes em trabalho. [Sim, voei até Reno em trabalho, só isso me traria a esta cidade.] A distância de casa (8824Kms) e os longos e-mails para os amigos a contar o que se passa deste lado do oceano levaram-me a criar o Pure Crystal Clear. Nome “fabricado” numa tarde por entre pipetas e caixas de Petri.

Porque foram estes os textos que levaram algumas pessoas a sugerir que criasse um blog não poderia deixar de os colocar aqui. For the record:

Cheguei! Não tive grandes problemas com os customs e... não perdi o meu voo em Newark, tive de correr um bocadinho, mas nada de especial.

Pormenores da viagem, aliás das viagens, “porque uma viagem grande é composta por várias viagens pequenas” (onde é que eu já ouvi isto?!;)

- Lisboa>Newark: estavam a revistar malas no check in (aleatoriamente, suponho), claro que a minha foi revistada, depois de eu cometer o meu primeiro erro e dizer que era Bióloga, estava um bocadinho stressada porque tinha um falcon com os epps com pólen dentro do meu necessaire, quase ao de cimo, mas depois compensei o erro cometido e agi com enorme naturalidade e o senhor polícia quase não revistou a minha mala. O meu voo saiu atrasado 30 min (que sufoco!), foi cansativo, não consegui dormir, o filme (Mr and Mrs Smith) não me interessava, mas… cheguei on time a Newark e consegui apanhar o meu voo. Ainda tive que esperar uns minutos, durante os quais um americano meteu conversa, e deu para esquecer que, uns minutos antes, estava a falar com o senhor pouco simpático dos customs.

- Newark>Salt Lake City: esta foi mais agradável, consegui dormir um bocadinho (o filme era ainda pior! não vi). Depois de dormitar (acho piada a esta palavra!) acordei para ver um dos mais magníficos pôr-do-sol que já vi. Estava já a ficar um bocadinho homesick quando a natureza, em todo o seu esplendor, conseguiu prender a minha atenção. À medida que o Sol ia desaparecendo por entre vermelhos e amarelos, por detrás das montanhas e lagos da região de Salt Lake (um cenário absolutamente… imenso, por parecer interminável) o dia vai ficando cada vez mais noite e a Lua em quarto crescente aparece, em substituição do Sol. Gosto muito da Lua, pelo que dei por mim a sorrir (lembrei-me do Miguel, que ultimamente estava sempre a “solicitar-me” sorrisos – por isso, Obrigada Miguel:),
A chegada ao aeroporto de Salt Lake marcou a verdadeira entrada na América, e o “confronto” com os costumes americanos. Nada de especial, apenas uns quantos “cowboys” e “cowgirls” (com chapéus e botas!) a passarem por mim e pessoas a falarem demasiado alto. Descobri que em Salt Lake a canela é um “must”, e que aqui se comem cinnamon rolls, que eu não experimentei por não ser grande fã de canela e pelo cheiro a canela invadir o aeroporto, o que me fez desistir de experimentar essa especialidade antes mesmo de saber que o era.
A espera para o terceiro e último voo foi um bocadinho chata, a temperatura desceu bastante, o que fez com que estivesse bastante desconfortável na sala de espera. Nesta altura já só pensava no momento em que me ia deitar na minha queen size ou noutra cama qualquer! Falando em deitar, por esta hora eram 4:30 em Portugal (9:30 pm em Salt Lake).

- Salt Lake City>Reno: no meu voo mais curto dormi.

Logo à chegada a Reno aconteceu algo estranho. Nada entusiasmante, apenas estranho. Quando cheguei ao aeroporto de Reno comecei a olhar para as pessoas que lá estavam (não eram muitas) para ver se via o Jeff (o chefe do laboratório), o Shawn (um técnico do mesmo laboratório) ou a A. (um deles iria buscar-me). Antes de chegar ao sitio combinado (a zona das malas) vi um rapaz encostado a um pilar a olhar para as pessoas que estavam a chegar e identifiquei-o como sendo o Shawn (tanto quanto me lembrava, era ele!), à medida que me vou aproximando dele, ele não reage, e penso, “OK, enganei-me, não é ele”, e faço um desvio estratégico, um pouco mais à frente encontro a Amy com um papel com o meu nome (já em Paris me fizeram o mesmo!). No dia seguinte no laboratório encontro-me com o Shawn e… era ele! Acham isto normal? O mais ridículo é que ainda não tive coragem para lhe perguntar o que é que se passou, por que é que me foi esperar ao aeroporto e depois não falou comigo!

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