sexta-feira, setembro 30, 2005

Tecla embargada

Hoje estou, definitivamente, com a “tecla embargada”. Em todas os sentidos possíveis da expressão. Por isso mesmo tive de escrever alguma coisa para ver se isto me passa. Mau dia para estar assim. Estou a fazer uma série de coisas ao mesmo tempo, felizmente nada que requeira grandes recursos intelectuais, apenas um timer com várias memórias ou uma pessoa atenta (o que não é o caso). Se chegar ao fim do dia com alguma coisa feita, leia-se “se não “overdigest” os plasmídeos que estou a digerir, se não deixar as minhas amostras saírem do gel, se não estragar os meios de crescimento que estou a fazer (pelo menos já os autoclavei e nada explodiu por aqui)”, até não seria mau. Mas a vida não é só ciência e hoje queria muitas outras coisas. Queira estar noutro sítio. Sentir o oceano a Oeste e não a Este. Hoje não há muito de crystal clear neste post, mas é, absolutamente, pure. Hoje só alguns vão conseguir ver para além das nuvens que ocultam o meu sol.

Os meninos que não são de ciências (biológicas) que me desculpem os termos mais técnicos que possam ter sido utilizados.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Monday night football

Aqui, os melhores jogos de futebol são à segunda. Nas últimas duas assisti aos jogos, aprendi algumas regras, embora tivesse chumbado no exame que o Jeff me fez: O que é um touchdown? Errei, confundi com um first down (como fui capaz?!); E quantos pontos se ganha quando se faz um touchdown? Seis (acertei!); E quantos pontos se ganha quando se marca um field goal? Arrisco, oito. Não, apenas 3. Depois deste chumbo, ainda tive de tentar defender o futebol “clássico”. O Jeff diz-me que o futebol americano é intelectualmente muito mais desenvolvido que o europeu. Tentei arranjar argumentos contra, mas não consegui. Concordo com ele, devo admitir. Dizer que o futebol europeu tem rapazes mais giros não me pareceu que abonasse muito a favor do "intelectualidade" do futebol… nem a meu favor!

It’s a small world

Primeiro dia no laboratório, em Reno, uma das raparigas que trabalha aqui vem ter comigo e pergunta-me de onde é que venho, eu digo que de Portugal, e ela diz que teve um colega, na Universidade de Cornell, que era português. O ex-colega dela é agora meu colega em Lisboa! Estava a almoçar na sala comum do departamento e aparece uma rapariga e um rapaz que metem conversa. Eu digo que sou portuguesa, o rapaz, que é israelita, diz que tem uma amiga portuguesa; diz-me o nome dela e não é que essa rapariga trabalhava no laboratório ao lado do meu, em Lisboa. It’s a small world or what?

terça-feira, setembro 27, 2005

Um dia agridoce

Hoje não houve sol (só de manhã, bem cedo). Tive um mau resultado. Esta noite é noite de futebol (americano) lá em casa. Um sublime conjunto de coisas para tornarem este dia num mau dia. Mas… a minha colega, ao casamento da qual não fui e que pensei estar furiosa comigo, afinal não está zangada e saber que continuamos amigas fez com que o meu dia afinal até tivesse algo de muito positivo. As maiores felicidades L.

sábado, setembro 24, 2005

A minha primeira viagem de autocarro

Falando em primeiras vezes lembrei-me da minha primeira viagem de autocarro aqui deste lado do “pond”(*). Nesse dia decidi que não iria de boleia com ninguém para casa e fui apanhar o autocarro das 7:45pm. Sabia que a paragem ficava entre a 2nd e a 3rd e lá fui direita a downtown Reno. Para minha infelicidade, para além da baixa de Reno já ser mal frequentada, estava a haver um qualquer evento com motards (conseguem imaginar o tipo de pessoas com que me cruzei? tentem e depois, no mínimo, dupliquem o mau aspecto). Estava escuro e não sabia onde era a paragem, desisti de me armar em valente e dirigi-me a um polícia para lhe perguntar. Não sabia bem como abordar um policia americano, arrisquei um “Excuse me, Sir”. Notei que colocou as mãos no coldre, suponho que na arma – senti-me tão mal. Mas depois lá me respondeu de forma agradável, ainda assim não gostei muito da experiência. No autocarro o motorista tratou-me por sweety!? – “Yes, swetty, I’ll take you home in a couple of minutes, sweety!".

(*) O motorista do autocarro perguntou-me: “Are you from the other side of the pond?” Ao que eu respondi: “Sorry!?”; e ele esclareceu-me: “I mean, the ocean.”. Portanto, eu estou do outro lado do “pond”, no outro, o dele.

sexta-feira, setembro 23, 2005

Sopinha

Ontem fiz sopa pela primeira vez! Talvez não seja “prudente” admitir isto em público, mas nunca tive de fazer comida para mim durante tanto tempo (2 semanas!), pelo que nunca foi necessário. Demorei mais de duas horas, não sabia se tinha a quantidade de água certa, usei um "blender" para liquefazer todos os legumes, e, no fim, ficou com muito bom aspecto e textura. :) Se está boa ou não, não sei. Ainda não provei.

.blogspot.com

Reparei agora que com as letras de spot se pode escrever post… que, por sua vez, se escreve no blog. Eu sei, eu sei, “no comments”!

Former posts – parte 3 (e última)

20 de Setembro
A inadaptação inicial e algumas saudades fazem-me baixar as “defesas”. Pediram-me pragmatismo, para colocar os blues de lado. Blues... hoje, sem sol, foi um dia um bocado blue, ainda que clarinho.

Former posts – parte 2

16 de Setembro
A Amy… é simpática, mas o Scott (o marido dela, um surfista de San Diego que está a desesperar aqui em Reno) é bem mais simpático. Têm à volta de 30 anos, ou talvez um pouco mais. A Amy, que usa brincos iguais aos meus (pérolas – desde há algum tempo que uso outros, mas as pérolas hão-de sempre ser os meus brincos), gostava de ser escritora (romancista), o Scott está a tirar um novo curso na área da gestão, embora trabalhe em ciência. A casa deles é muito gira e fica num bairro igualmente giro. Absolutamente americano: casas em madeira, jardins sem vedações, ruas largas, muito limpas – adoro! A casa fica afastada da cidade, o que é mau porque demoro algum tempo a chegar à universidade, mas acaba por ser bom porque a cidade é HORRIVEL, mas já falo sobre Reno.

O meu quarto.
Tenho uma queen size bed, para onde tenho de pular para subir (e eu não sou propriamente baixa!). A janela dá para o jardim. A porta para o corredor. Isto seria irrelevante se ao fundo do corredor não houvesse uma janela enorme que me deixa ver o nascer do sol, todas as manhas, quando me levanto. Há melhor forma de começar o dia? Guess not. Ao fim do dia, no mesmo local, tenho a lua. Hoje estava quase cheia. Ainda me faltam muitas luas novas até regressar. Homesick? Sim, um bocadinho.

Na terça de manha só fui para a Universidade ao meio-dia, porque a Amy e o Scott entram e saem tarde. De manha vão sempre dar uma volta com o cão deles e eu fui com eles. Fiquei cansada! Reno fica uns bons metros acima do nível do mar, pelo que custa a respirar e o ar é extremamente seco. Mas o difícil mesmo de suportar é a paisagem… é tudo castanho, quase não há verde aqui. Quanto mais castanho vejo em redor da cidade mais sinto falta do azul. Não seria capaz de viver aqui. São Francisco fica a 4 horas de carro, mas, ainda assim, estou muito longe do mar.

A Universidade.
Fica no centro da cidade, ou melhor, no gambling center (há dezenas de casinos e motéis aqui mesmo ao virar da esquina!). Acho que é como todas as outras nos Estados Unidos. Um campus grande, com todas as facilities, sem esquecer as famosas fraternities (as dos rapazes, as das raparigas não me lembro) com direito a letras grandes na parede exterior das casas e tudo – estou a referir-me às “alfa, beta, gama” ou “delta, delta, delta” – aquilo tipo de coisas que via nos filmes e achava que não podiam ser reais, mas são! Até já vi grupos de meninas que se vestem, penteiam, andam e falam igual!
Os edifícios são castanhos (cor de tijolo), para não destoar com a paisagem, o que torna o sítio um bocadinho triste. Existem vários jardins. E muitos alunos sentados na relva. É algo que invejo.

A cidade.
Casinos e mais casinos. Centenas de motéis. Lojas de souvenirs. E…wedding chapels! Lovely! Hoje passei por uma (alias várias) e havia pessoas à espera! Que razões, realmente válidas, levarão um casal a vir casar-se a uma wedding chapel em Reno?
Uma cidade deste género só podia ter um ambiente “esquisito” e tem-no. Há pessoas com um aspecto “esquisito” nas ruas (não sei bem definir, mas sei que passei para o passeio oposto quando vi um homem com um aspecto “esquisito” a vir na minha direcção e me dei conta que já devia estar no sitio da cidade que me disseram para não frequentar!). Embora haja imensos motéis não me parecia que fossem utilizados por casais ilícitos, mas antes por pessoas que vinham realmente jogar, a não ser que houvesse “meninas” nos casinos que acompanhassem os senhores até ao quarto, porque nas ruas não via nada! Estava redondamente enganada. Há prostituição aqui. Aliás o estado do Nevada é conhecido como o “sin state” dos USA. Jogo e prostituição. Nice!
Existe um rio que atravessa parte da cidade, onde se pode nadar ou descer rápidos. Há uma zona, muito restrita, junto ao rio que até consegue ser um pouco agradável, mas se me virar para trás vejo os casinos e as pessoas que os frequentam e está tudo estragado.
Quando procurei informação sobre Reno na Internet, para ver para onde vinha, vi uma fotografia de uma rua com uns neons de várias cores que dizia “The biggest little city in the world” – deprimente. Mantive a esperança de que isso já não existisse. Já lá passei 3 vezes hoje! Também os casinos têm luzes de todas as cores, como em Las Vegas, o que dá um ar “pretty cheap” à cidade.

As pessoas.
Bom, são americanos.
Por ordem absolutamente aleatória. Falam alto e como se fossem nossos amigos desde a infância (folks para aqui, guys para ali – o que não é, necessariamente, algo negativo); na sua maioria não fazem a menor ideia do que é vestir bem, não sabem combinar cores; têm SUVs, jipes, ou carros grandes; orgulho no seu pais; qualidade de vida bastante razoável; estão sempre bem dispostos. É impressionante como estão sempre com um sorriso (há aqueles menos simpáticos, mas estou a falar na generalidade). Já me tinha dito que eles eram assim, mas só estando com eles é que se consegue perceber a verdadeira dimensão da coisa. Será que é algo que lhes é “ensinado” para que ninguém se atreva a perguntar se algo de errado se passa com eles, com o seu país? A maior potência do mundo. Aquele mesmo país que deixa passar 5/6 dias até dar real assistência aos seus cidadãos que foram vítimas de uma tempestade prevista pela meteorologia! Aqui há quem defenda o seu país no que diz respeito à atitude do seu governo e culpe as pessoas que lá ficaram de não terem tomado medidas preventivas (!?).

Comida.
Fui ao Raley’s às compras. Foi uma verdadeira aventura. É tudo fat free e tudo tem aditivos, até a água (can you believe it? diz “enhanced with minerals for a pure, fresh taste”??!!). Comprei leite (1 gallon, enriquecido com vitamina D) e mais uma série de coisas. Também fui ao Trader Joe’s, que é o supermercado com coisas o mais próximo das europeias que eu vou conseguir encontrar aqui. Eu que não gosto muito de azeite não resisti ao apelo da comida mediterrânea e comprei. Já falta pouco para mandar vir o bacalhau.
A cantina da Universidade é algo que merece ser comentado. Têm comida de imensos países e batidos de fruta fabulosos (tenho é de me abstrair que têm nomes como memory booster, stress booster, fat booster, and so on).
Na quarta fui jantar fora. Fui a um restaurante italiano muito giro, com um ambiente fantástico, pena os empregados falarem mais alto que os clientes e estragarem tudo. Mas não foi muito mau, não foi caro, e lá trouxe o que não comi para casa! Pedir para que nos tragam o troco é que foi um bocado esquisito!

As casas de banho.
Não percebo porque é que esta gente não é capaz de unir as portas das casas de banho públicas à ombreira da porta (não sei se é assim que se chama!); existe sempre um espaço de alguns milímetros. Não é por ai que se sai se ficarmos lá presas dentro. Não percebo a utilidade. Mas há que lhes dar o devido valor por terem daqueles papéis para “forrar” a sanita!

Curiosidades.
- Precisei de comprar um cabo para o meu computador (o adaptador “universal” que tenho não dá para a ficha do meu computador, embora dê para tudo o resto que trouxe). Então, lá fui com uma colega do laboratório à BestBuy uma loja de aparelhos eléctricos. Não tinham o cabo que eu precisava, teria de comprar “the all set” (o que incluía um transformador e que me iria custar $129). Um dos empregados foi até ao armazém e vem de lá com um cabo sem estar embalado, que experimenta no meu computador e, dado que funcionou, dá-me o cabo (that was my best buy, for sure!). Isto nunca aconteceria em Portugal! Antes disso tínhamos ido à Macy’s e quando perguntámos onde era uma determinada secção perguntaram-nos se queríamos uma garrafa de água e deram-nos(!?). Depois da BestBuy fomos ao Trader Joe´s e deram-nos pão, porque já era fim do dia, estavam a fechar, e ninguém ia compra-lo. Também isto não acontece em Portugal. I’m impressed!
- No supermercado os empregados arrumam as nossas compras de forma organizada, isto é, massas num saco, sumos noutro, etc. Gostei.
- Há bandeiras dos USA em muitas casas e autocolantes nos carros. Gostam mesmo do seu país. Também há imensas bandeiras do Snoopy a dizerem welcome?!
- Neste estado não reciclam quase nada. Aqui, para se reciclar, tem de se pagar!?
- Ontem paguei uma coisa com uma nota de $50 e mesmo à minha frente agarraram na nota e colocaram-na contra a luz para ver se era verdadeira. Era!
- Quer o Scott, quer a Amy nunca tinham visto uma pen USB!?

Álcool.
Estava na minha bancada, olhei para o lado e reparei num frasco de vidro com uma etiqueta enorme com um Hazard Warning e pensei, o que é isto? Li o rótulo e era (apenas) etanol 70%! Pois é, aqui não se brinca com o álcool. Noutro dia quando fui sair à noite perguntaram-me se tinha o passaporte para o caso de querer beber alguma bebida – não foi o caso.

Futilidades:
- Achei piada e quase sorri quando o senhor que veio instalar a Internet no meu computador terminava sempre as respostas às minhas questões com “ma’am”: Yes, ma’am; No, ma’am; Thanks, ma’am.

(Au! já apanhei 3 choques no meu computador! Eu sou daquele tipo de pessoas que passa a vida a apanhar choques. Agora estou em Reno, com uma humidade de 30%. Abrir uma porta com fechadura de metal é algo doloroso, apertar a mão a alguém não é melhor.)

Acabei de olhar para as horas no meu computador, são 4:48 em Portugal (o meu computador está com a hora portuguesa), aqui são 8:48 pm. Estou sozinha em casa, a jantar no sofá da sala, com a Sabel (a cadela) deitada à minha frente e o gato ao meu lado.
Estou a ouvir Seal. Gosto muito.

Continuando.

Respostas a algumas perguntas (pertinentes).
Já fui a algum casino? Sim. Joguei? Não. Tenho vontade de voltar a entrar? Not really.Já comi junk food? Nem por isso. O pior sitio onde me levaram foi ao Subway (não, não há metro em Reno) e mesmo assim é muito mais saudável que um McDonald’s ou Burger King (dizia no copo as calorias existentes naquilo que eu estava a comer e faziam a comparação com um BigMac e com qualquer coisa do Burger King e tinha muito menos calorias!).

Former Posts - parte 1

12 de Setembro
Um dia e alguns anos depois do famoso dia, pelos piores motivos, atravesso um oceano e (quase) um continente para chegar a Reno. Sou bióloga e, como a maioria dos biólogos, viajo várias vezes em trabalho. [Sim, voei até Reno em trabalho, só isso me traria a esta cidade.] A distância de casa (8824Kms) e os longos e-mails para os amigos a contar o que se passa deste lado do oceano levaram-me a criar o Pure Crystal Clear. Nome “fabricado” numa tarde por entre pipetas e caixas de Petri.

Porque foram estes os textos que levaram algumas pessoas a sugerir que criasse um blog não poderia deixar de os colocar aqui. For the record:

Cheguei! Não tive grandes problemas com os customs e... não perdi o meu voo em Newark, tive de correr um bocadinho, mas nada de especial.

Pormenores da viagem, aliás das viagens, “porque uma viagem grande é composta por várias viagens pequenas” (onde é que eu já ouvi isto?!;)

- Lisboa>Newark: estavam a revistar malas no check in (aleatoriamente, suponho), claro que a minha foi revistada, depois de eu cometer o meu primeiro erro e dizer que era Bióloga, estava um bocadinho stressada porque tinha um falcon com os epps com pólen dentro do meu necessaire, quase ao de cimo, mas depois compensei o erro cometido e agi com enorme naturalidade e o senhor polícia quase não revistou a minha mala. O meu voo saiu atrasado 30 min (que sufoco!), foi cansativo, não consegui dormir, o filme (Mr and Mrs Smith) não me interessava, mas… cheguei on time a Newark e consegui apanhar o meu voo. Ainda tive que esperar uns minutos, durante os quais um americano meteu conversa, e deu para esquecer que, uns minutos antes, estava a falar com o senhor pouco simpático dos customs.

- Newark>Salt Lake City: esta foi mais agradável, consegui dormir um bocadinho (o filme era ainda pior! não vi). Depois de dormitar (acho piada a esta palavra!) acordei para ver um dos mais magníficos pôr-do-sol que já vi. Estava já a ficar um bocadinho homesick quando a natureza, em todo o seu esplendor, conseguiu prender a minha atenção. À medida que o Sol ia desaparecendo por entre vermelhos e amarelos, por detrás das montanhas e lagos da região de Salt Lake (um cenário absolutamente… imenso, por parecer interminável) o dia vai ficando cada vez mais noite e a Lua em quarto crescente aparece, em substituição do Sol. Gosto muito da Lua, pelo que dei por mim a sorrir (lembrei-me do Miguel, que ultimamente estava sempre a “solicitar-me” sorrisos – por isso, Obrigada Miguel:),
A chegada ao aeroporto de Salt Lake marcou a verdadeira entrada na América, e o “confronto” com os costumes americanos. Nada de especial, apenas uns quantos “cowboys” e “cowgirls” (com chapéus e botas!) a passarem por mim e pessoas a falarem demasiado alto. Descobri que em Salt Lake a canela é um “must”, e que aqui se comem cinnamon rolls, que eu não experimentei por não ser grande fã de canela e pelo cheiro a canela invadir o aeroporto, o que me fez desistir de experimentar essa especialidade antes mesmo de saber que o era.
A espera para o terceiro e último voo foi um bocadinho chata, a temperatura desceu bastante, o que fez com que estivesse bastante desconfortável na sala de espera. Nesta altura já só pensava no momento em que me ia deitar na minha queen size ou noutra cama qualquer! Falando em deitar, por esta hora eram 4:30 em Portugal (9:30 pm em Salt Lake).

- Salt Lake City>Reno: no meu voo mais curto dormi.

Logo à chegada a Reno aconteceu algo estranho. Nada entusiasmante, apenas estranho. Quando cheguei ao aeroporto de Reno comecei a olhar para as pessoas que lá estavam (não eram muitas) para ver se via o Jeff (o chefe do laboratório), o Shawn (um técnico do mesmo laboratório) ou a A. (um deles iria buscar-me). Antes de chegar ao sitio combinado (a zona das malas) vi um rapaz encostado a um pilar a olhar para as pessoas que estavam a chegar e identifiquei-o como sendo o Shawn (tanto quanto me lembrava, era ele!), à medida que me vou aproximando dele, ele não reage, e penso, “OK, enganei-me, não é ele”, e faço um desvio estratégico, um pouco mais à frente encontro a Amy com um papel com o meu nome (já em Paris me fizeram o mesmo!). No dia seguinte no laboratório encontro-me com o Shawn e… era ele! Acham isto normal? O mais ridículo é que ainda não tive coragem para lhe perguntar o que é que se passou, por que é que me foi esperar ao aeroporto e depois não falou comigo!