quarta-feira, abril 30, 2008

Os Radiohead juntaram-se à MTV Exit (End Exploitation and Trafficking) num vídeo contra o tráfico de seres humanos centrado na exploração do trabalho infantil. Está excelente e a causa dificilmente poderia ser mais nobre.

Ainda a propósito de boas causas. A campanha “Reciclar para prevenir... o cancro da mama” é uma das minhas preferidas. Por cada tonelada de embalagens, proveniente dos ecopontos, a Sociedade Ponto Verde vai doar 1,5 euros à Laço, que espera vir a conseguir comprar duas unidades de rastreio móvel.
São 2 causas por 1 causa. Faz-me essa gentileza, fazes?

segunda-feira, abril 14, 2008

Pensamento positivo é…

não pensar que hoje foi mais um dia em que não estive com ele, mas antes que falta menos um dia para voltarmos a estar juntos.


Às vezes…

…acontecem-nos coisas que nos fazem sentir mesmo frágeis. Sentir que algo que para nós era um dado adquirido pode deixar de o ser. Coisas tão básicas como, por exemplo, perder a capacidade de ouvir. E se, de repente, deixássemos de ouvir? E se, de repente, o mundo se calasse aos nossos ouvidos? E perder e visão? A vida com o interruptor da luz sempre no off. Estas coisas podem mesmo acontecer, assim, de um momento para o outro, sem qualquer aviso, sem que tenhamos feito nada de errado. Acontecem e pronto.

…acontecem-nos coisas que nos fazem relativizar os nossos problemas. Estas últimas semanas foram frutuosas nesse sentido. Já há algum tempo que não me queixo muito dos meus problemas, trigonite e afins, mas depois das coisas que vi acontecerem a outras pessoas, coisas que acontecerem e pronto, acho que bem posso deixar-me de queixas, pelo menos de algumas. Neste momento parece-me ridículo que o faça. A expressão “Há coisas piores.” nunca fez tanto sentido para mim. Há de facto coisas muito piores.

Este é daqueles posts que não deve fazer muito sentido aos que o lêem. Nunca escrevo complexidades porque gosto, escrevo-as porque a vida é mesmo assim, complexa por natureza, embora a Natureza, essa, seja o oposto. [Se há coisas na Natureza que não compreendemos é porque não temos conhecimentos suficientes, porque tudo faz sentido. Tudo encaixa, tal como num puzzle, mesmo aquele de 1000 peças em tons de azul, que parece impossível de se terminar. No fim tudo encaixa, todas as peças estavam lá para ocupar um lugar.] Pensando bem, a vida também só se torna complicada porque dificilmente temos ao nosso dispor the all picture, se a tivéssemos acho que seria de uma clareza como aquela que o nome deste blog tenta traduzir.

quarta-feira, abril 09, 2008

Ecléctico

A variedade de temas discutidos neste blog anda a preocupar-me. Anda demasiado ecléctico, tanto se fala de receitas, como de ministros dementes, como de Amor. É verdade que o blog é meu e eu é que escrevo, mas como sou toda tão arrumadinha parece-me que isto está a ficar uma confusão. Talvez seja apenas fruto dos tempos que se vivem, talvez seja só uma fase mais ou menos desarrumada.

Amor pouco convencional

Este texto que se segue tem anos e é de uma pessoa pela qual não nutro grande simpatia, mas há que lhe dar o crédito por um excelente texto, não pelo formato do texto em si, mas pela mensagem. É o “Elogio ao amor” do Miguel Esteves Cardoso, que foi publicado no Expresso. Depois disso apareceu em inúmeros sites que têm uma coisa em comum, pertencem a pessoas que sabem o que é Amar de forma pouco convencional.

Presumo que poucos vão ter paciência para chegar ao fim do texto. Eu cheguei, porque é curioso aperceber-me de que a minha vida não é assim tão única e que outros também sabem do que falo. Durante muito tempo questionei se mais alguém saberia do que estava a falar quando falava de Amor. Egocentrismo, talvez.

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
(...) Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
[Elogio ao amor por Miguel Esteves Cardoso in Expresso]

Eu não concordo com tudo, nem entendo algumas coisas, mas revejo-me na descrição de quem Ama, de quem não disse que sim só porque era conveniente, porque ele estava mesmo ali ao lado, porque a verdade é que raramente o esteve. São mais os dias que não estou com ele, sempre foram. A nossa vida faz-se de encontros e desencontros e a nossa banda sonora bem podia ser a do início do filme Love Actually, quando se vêem pessoas a encontrarem-se num aeroporto. Já estivemos separados por 8 e até por 11 horas, não de distância, mas de diferença horária. Durante meses vivemos em continentes distintos, mas também já vivemos juntos em mais do que um continente. As nossas profissões levaram-nos a sítios distintos e temos passado os últimos anos a tentar descobrir como é que vamos fazer para viver mais do que um mês no mesmo país, na mesma cidade. Às vezes até conseguimos uns tempos juntos, mas o dia em que temos de voltar a despedir-nos está sempre agendado para breve. Everytime we say goodbye I die a little. Desde o início que sabia, sem o saber ao certo, que este Amor não ia dar jeito nenhum, que não era conveniente, mas não hesitei um segundo (nem que pudesse). Não foi Amor à primeira vista, mas também não foi planeado. Nunca tinha arriscado assim, antes planeava tudo e por isso sei que nunca tinha Amado. Às vezes invejo (sentimento feio) os Amores de hoje, aqueles que o MEC descreve, por serem tão mais simples, tão mais convenientes. Depois lembro-me de meia dúzia de episódios dos muitos que já vivemos e reconsidero. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. E quando pode não há nada no mundo que o supere.

terça-feira, abril 08, 2008

Ainda sobre o post anterior. Nem de propósito, hoje comemora-se o Dia Nacional dos Moinhos.

segunda-feira, abril 07, 2008

Há dias que são assim mesmo desinteressantes, que nem para ficar em casa sossegadinha a ler servem. Hoje é um desses dias, lá fora está um vento que abana tudo e faz um barulho que incomoda. Mas, há que ver o lado positivo, está um bom dia para os moinhos eólicos.

sábado, abril 05, 2008

Ainda faltam uns dias para o Dia da Mãe, mas o que tenho para dizer tem de ser dito hoje, porque sim. A minha Mãe é, de longe, a mulher que mais admiro. :)

quinta-feira, abril 03, 2008

O Dia das Mentiras

A Páscoa este ano foi mais cedo que o normal e o Dia das Mentiras atrasou-se, senão, veja-se. Este senhor mente como gente grande, mas ele não é grande coisa.