segunda-feira, outubro 31, 2005

Ha(rper)ll(ab)oween


E perguntam vocês? Então, então, como é que é passar o Halloween nos USA? E eu respondo: Não faço a mínima ideia! São 9:00pm e estou no laboratório, à espera do Scott e da Amy para ir para casa (o Scott só acaba as aulas às 10:00, por isso ainda vou ficar por aqui mais uma hora). Até tínhamos “treats” para dar a quem nos batesse à porta, mas a nós só nos saiu “tricks”.

domingo, outubro 30, 2005

Playoffs


Perdi o jogo, mas joguei bem e fui apurada para os playoffs. Que é como quem diz, não tive os resultados que queria, mas tive resultados, que permitem continuar a aspirar vencer o campeonato.

sábado, outubro 29, 2005

Resumo da semana(*)


Depois do halftime vem a segunda parte. A segunda parte foi intensa, uma vezes era a minha equipa que estava a ganhar, outras, a equipa adversária. Isto traduz-se em bons resultados num dia, maus no outro, o que resultou num empate. O desempate joga-se no Domingo. No número 319 do Fleischmann Agriculture Bldg, na Universidade do Nevada. Wish me luck.

O resumo:

Would you like more coffee?

No dia em que previ “no halftime” houve, afinal, halftime e fui, a meio da tarde, a uma livraria, com um colega do laboratório, e a seguir fomos a um café, apenas por alguns minutos, porque o dia ainda nos ia cobrar várias horas de trabalho. Fomos ao Franz’s. Um café muito simpático de um australiano, ainda mais simpático (como era a primeira vez que lá ia, ofereceu-me um bolo!). Foi uma verdadeira “experiência americana” porque é daqueles cafés onde nos servem o café e depois nos perguntam se queremos mais. Para a maioria, um pormenor sem qualquer importância, para mim, uma situação engraçada. Por “ser à filme”. Sempre achei piada àqueles cafés que se vê nos filmes onde há sempre uma empregada com uma cafeteira na mão a perguntar "Coffee?"; onde o polícia se encontra com o informador, ou o casal romântico se encontra subrepticiamente, onde acabam, onde começam, onde se conhecem, mas sempre de chávena na mão. Quando iamos a sair o Franz voltou a oferecer-nos mais café. No, thanks! Eu não costumo beber café, aquele não era bom e estava tão quente que eu acabei por queimar a língua (não que no copo não me avisassem: “Contents may be hot”), mas quero lá voltar e… voltar a beber café. Dessa vez pago eu o bolo!

Nevada Day

Na sexta foi feriado no estado do Nevada. Como o PI do meu laboratório não é daqui, não “feriadou”. Eu? Eu também não sou daqui! Foi o meu melhor dia no laboratório, só algumas pessoas foram, pelo que, na maior parte do tempo, só lá estive eu, o PI, e mais uma pessoa. Como estava tudo fechado e eu, extraordinariamente, não levei almoço (sim, que aqui toda a gente traz almoço para o laboratório, e “em Roma, sê romano”), fui “almoçar fora”. Fomos a um restaurante tailandês. Eu não gostava, mas fiquei fã. Escolhi de entre as quatro sugestões que tinham para “lunch special” (o nosso “prato do dia”) e adorei. Como em todas as cozinhas do mundo, não chega a receita, há que haver mestria, naquele restaurante existem dois chefes e um é melhor que o outro, quem conhece nota a diferença. Eu fui num dia “bom”. A comida estava divinal, a conversa interessante. Foi um excelente halftime num dia passado entre géis e enzimas de restrição.

(*) Como estou numa de termos desportivos, “halftime”, “resumo da semana” (não é bem um termo desportivo, mas…) e a tentar arranjar uma “estratégia” para conseguir fazer em pouco mais de um mês aquilo que demoraria no mínimo três, optei por colocar a foto do esquema que me fizeram para me explicarem as regras do futebol americano. Não percebi muito bem até hoje, mas também não sei como vou conseguir fazer tanta coisa em tão pouco tempo, portanto, a foto justifica-se.

terça-feira, outubro 25, 2005

Halftime(*)

Cheguei há 44 dias, volto daqui a 44. Dias esses que se prevêem muito preenchidos, à semelhança do dia de ontem, que foi absolutamente intenso. Os números: 184 reacções de PCR, 81 extracções de DNAgenómico, 11 digestões, 8 transformações e apenas uma 1 cultura ON, que se traduz em 12 minipreps para hoje de manhã.

(*) De halftime este dia só vai ter o título do post, porque prevejo que não vá ter qualquer intervalo.

sábado, outubro 22, 2005

“Lápis preto”

Hoje esteve um dia fantástico, mais de 70ºF (peço desculpa, mas são estas as unidades que vejo quando olho para o meu relógio de cabeceira, que também é termómetro) e eu passei-o em casa! De manhã cedo estava frio; depois eu e a Amy estivemos a fazer as coisas que se fazem nos sábados de manhã [ela hoje até tinha uma lista: vacuum, laundry, wash lettuce, bath Sabel (a cadela), write thanksgivings(!)]; depois era hora de almoço; depois… depois não me apeteceu. Fiquei a ler, A walk to remember, de Nicholas Sparks; The voyage of the “Dawn Treader”, de C. S. Lewis; e ainda, California’s Eastern Sierra – A visitor’s guide. Sempre tive este hábito insensato de ler várias coisas ao mesmo tempo, que faz com que tenha de voltar a ler a última página que li por já não me lembrar. Não acabei nenhum dos livros. Liguei o computador. Embora tenha de procurar um “sítio” para mutagenizar numa proteína, não foi isso que fui fazer. Fui espreitar o passado, o outro lado do oceano, aqueles que não vejo há tempo demais. Senti alguma nostalgia ao rever fotos das férias, de amigos, de Paris, de outros tempos, de outros sítios. Depois disto não foi o MegAlign que abri, foi o Paint Shop Pro. O resultado foi uma tarde em que não fiz o que devia ter feito e em que acabei a fazer um “black pencil portrait of myself” (dá para acreditar!?). Também experimentei a cores, mas o meu dia de colorido só teve os raios de sol a entrarem pela janela e as minhas meias, às riscas cor-de-rosa e verde.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Yes, I do

Jeff: This project is yours, if you want it!

Eu: I do, I really do! :)

É oficial, o projecto dos CNGCs no H. lab é meu!

3

Tenho 3 convites para ir a São Francisco:
1. o do Shawn. Vai lá passar o Halloween com uns amigos, como costuma fazer todos os anos (foi sincero, disse que ia lá para beber!).
2. o de um rapaz amigo de uma rapariga que trabalhava no laboratório ao lado do meu em Lisboa. Tem lá família e amigos e quer conhecer a cidade.
3. o da Amy, que se vai encontrar com a mãe, que faz anos.

- os prós:
1. conhecer um monte de gente nova, eventualmente divertida,…
2. a viagem seria de carro, e eu quero mesmo fazer uma road trip aqui e não quero fazê-la sozinha. Nunca foi a São Francisco. Não ter de pagar hotel, porque insistiu para eu ficar com alguém da família dele.
3. vou e venho com a Amy, que também nunca foi a São Francisco.

- os contras:
1. potencialmente problemático, porque não conheço os amigos do Shawn, embora dê para imaginar, e depois… eu não bebo, how boring is that? Claro que não tenho de andar com eles o fim-de-semana todo, mas…
2. não conheço o rapaz, embora tenha “referências” de que é boa pessoa! Ia ficar em casa de estranhos (prefiro de longe pagar o hotel!). Ele é Israelita…
3. Might be boring. Os planos delas são passear pela cidade e fazer compras; eu tenho passe-livre.

And the winner is… opção número 3! Less exciting, but definitely safer. That’s more my style. Já tenho os bilhetes, 18 a 21 de Novembro! Prometo fotos da Golden Gate Bridge! E enviar um postal à Eva! ;)

domingo, outubro 16, 2005

Evasivas

É curioso até onde os pensamentos nos levam, a forma como se atropelam uns aos outros, como passamos de um assunto para outro distinto. Esta semana fiz sopa de alho francês. Não gostei. Não que não esteja bem feita, mas não me lembrava que não gosto de sopa de alho francês. Mas fi-la, por isso vou esforçar-me por comê-la (prometi à minha avó). Estava a comer a sopa e a pensar no tupperware cheio dela quando o Scott entra na cozinha e começa a falar do seu “homework” da cadeira de marketing. Tive de fingir que estava a gostar daquela coisa verde e laranja que ele me viu preparar durante a tarde com tanto empenho. No segundo seguinte já não era a sopa que me ocupava o pensamento, era a palavra “homework”, em português, TPC, que não há ninguém que diga “trabalhos para casa”! Nunca percebi porque é que a sigla não é TDC, todos (acho) dizem “trabalhos de casa”! Deve ter sido criada por um professor, que é quem manda os “trabalhos para casa”! O Scott saiu da cozinha e eu voltei à sopa, o prato ainda estava meio cheio, que não há visão optimista capaz de ver o prato meio vazio. Acho que numa manobra de defesa o meu cérebro decidiu que era melhor mudar de assunto. Voltei ao TPC. Lembrei-me dos meus cadernos aos quadrados ou de linhas (sim, que quadrículas ou pautados eram expressões dos pais) onde escrevia a lápis ou a caneta azul (que nunca escrevi a preto) a sigla TPC e a página do livro. Volto ao assunto sopa, mas desta vez até me “soube” bem. Acabou. Uff! Já com a sobremesa à minha frente (morangos, banana e iogurte) dou por mim a pensar em como os nossos pensamentos são ágeis e velozes, como nos fazem saltar “daqui para ali”, de uma sopa de alho francês para o caderno de linhas com o TPC para amanhã. Francês. Caderno. Podia agora contar várias histórias que se passaram nas aulas de Francês, mas fica para a próxima, para quando voltar a ter o prato meio cheio.

sábado, outubro 15, 2005

Changing colors


Hoje choveu cá em baixo e nevou lá em cima, as árvores mudam de cor e as suas folhas enfeitam o chão com cores fortes e quentes, que contrastam com o frio que se sente chegar – o Outono faz-se sentir.

Lake Fallen Leaf



Há coisas que são extremamente difíceis de descrever, como por exemplo, aquela sensação que sentimos na barriga quando algo “mexe” connosco, ou o que sentimos quando vimos algo de absolutamente extraordinário, que nos deixa sem palavras, quando o silêncio diz mais do que todas as palavras que aparecem no mais completo dicionário. Foi assim que nos sentimos ao chegar ao lago. Depois de uma caminhada por entre pinheiros enormes, em que o ar fresco e o cheiro a pinho compensava o facto de estarmos a uma altitude relativamente elevada, encontrar aquele pedaço de paraíso no meio da floresta foi algo de indescritível. Nenhum de nós disse nada a não ser um “Uau” ou algo do género. “Gorgeous” e “beautiful” foram as palavras que se ouviram, mas nenhuma conseguiu transmitir o que cada um de nós sentiu. O Lake Tahoe pode ser maior, mais famoso, mas foi este, o Fallen Leaf, que me deixou “speechless”.

Hiking

Depois da “salmon run” resolvemos embrenhar-nos na floresta e seguir um trilho, mais ou menos inexistente! O objectivo era irmos ao Lake Fallen Leaf. Começámos por caminhar sempre junto ao rio, assim não nos podíamos perder, no final, aliás, no início do rio encontraríamos o lago, é aí que ele nasce. O “trilho” junto à margem desapareceu e tivemos que entrar na floresta, passámos por um parque de campismo, avisos de que ali há ursos, e, por fim, conseguimos avistar uma zona onde as árvores deixavam de existir, o lago, só podia ser o lago. Uns metros mais à frente, encontrámo-l(ag)o. A descrição segue no post seguinte, é digna de um post só para si.
No regresso “perdemo-nos”, mas foi fácil voltarmos a encontrarmo-nos, apenas tivemos de criar um novo trilho por entre os ramos das muitas árvores que um dia já estiveram na vertical e hoje estão na horizontal.

Salmon run



Hoje foi o meu melhor dia em Reno! Fui ver aquilo a que eles chamam “salmon run” em Taylor Creek, no Estado da Califórnia. Já tinha visto imensas vezes na televisão, mas ao vivo, como tudo na vida, tem outro impacto. É impressionante ver milhares de salmões a subirem o rio, contra a corrente, para completarem o seu ciclo de vida. Mas é exactamente isso, um ciclo, enquanto uns terminam ali o seu, ali mesmo, outros iniciam um novo. Os ovos são ali depositados e mais tarde os Kokanee Salmon jovens descem o rio até ao Lake Tahoe, para mais tarde voltarem a subi-lo e reiniciarem um novo ciclo.
As cores fantásticas dos salmões e as águas absolutamente cristalinas proporcionam um espectáculo magnífico. Imperdível. Saber que existem ursos no local onde fui observar a “salmon run” torna tudo ainda mais emocionante. Só faltou mesmo ver um para o espectáculo ser completo!

It’s snowing

Não em Reno, mas na Sierra Nevada.
Hoje de manhã acordei com o barulho da chuva. Estava previsto chuva e choveu. Nunca uma previsão de chuva me alegrou tanto(*), uma humidade de 60%, como a de hoje, permite que a frequência com que apanhe choques diminua bastante! Mas olhar pela janela, para as montanhas que rodeiam a cidade, e ver neve foi a melhor forma de começar um dia que acordou sem sol, até me fez começar a gostar um bocadinho mais de Reno.

(*) Também fico contente que já tenha começado a chover em Portugal. Depois de dois Verões seguidos em que o fogo não deu tréguas, com um Inverno seco pelo meio, só a chuva pode fazer o milagre de voltar a dar vida a algumas centenas de hectares ardidos, que, sem ela, correm o risco de se virem a parecer com a paisagem aqui de Reno.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Um dia para esquecer

Há dias em que não devíamos mesmo sair da cama. Ontem havia reunião, era a minha vez de apresentar o meu trabalho aqui no laboratório. Como tinha minipreps para fazer queria chegar cedo para as acabar e digerir os plasmídeos antes da reunião. A Amy ia para San Diego, o Scott ia levá-la ao aeroporto e por isso ofereceu-se para me levar à Universidade. Óptimo, ia chegar mais cedo ao laboratório. A Amy tinha de estar no aeroporto às 8:10; saímos de casa às 8:15. A caminho do aeroporto apanhámos um trânsito monumental, a Amy procura no mapa um caminho alternativo para o aeroporto. Passamos pela Greg St., “No, its not than one!”, continuamos em frente, em fila, até que o Scott vê que a rua onde quer virar é mesmo ali à frente. O trânsito está quase parado, resolve, então, ultrapassar todos os carros pela direita, pela berma! Ao virar para a estrada que nos ia levar mais depressa ao aeroporto é mandado parar por um polícia. Para além da infracção cometida, o seguro estava fora de prazo. O polícia mandou o Scott procurar o actualizado, enquanto isso mandou parar outros carros e passou outras multas. Voltou 10 minutos depois! A Amy não conseguiu encontrar a carta com o novo seguro. Foram multados pela transgressão e obrigados a comparecer em tribunal para apresentar o seguro. Entretanto eram quase 9:00. O Scott perguntou ao polícia o caminho mais rápido para o aeroporto, “Turn left on Terminal St.” (a rua que começa onde a Greg St. acaba!). A Amy conseguiu apanhar o seu avião e eu, finalmente, cheguei ao laboratório. Boa notícia: afinal não tive de fazer minipreps. Má notícia: não tive porque as minhas células, tal como as do Jeff, da Amy e da Yoshimi, não estão a crescer em meio líquido, só crescem em placa!? Para além disto tive mais um mau resultado; a reunião não correu como eu queria; preciso mesmo de contactar uma pessoa e o telefone que me deram está errado; e já apanhei dezenas de choques. Enfim, um dia para esquecer. Este texto é só para me lembrar, em dias menos bons, que o dia pode sempre correr pior.

quarta-feira, outubro 12, 2005

My place


Para minha imensa felicidade a casa da Amy, a minha casa, fica a umas quantas milhas dos neons, das limousines, dos gambling-turistas. Moro no Park Valley Ct, numa casa muito, muito gira (uma das casas que não se vê, propositadamente, por detrás do condomínio de apartamentos).

30 dias


Há um mês que estou aqui, na “maior cidade pequena do mundo" (a tradução consegue superar o original!). Foram 30 dias de descobertas; de trabalho; de choques, culturais e eléctricos; e de muitas saudades.

Nota: Peço desculpa pela qualidade da foto, mas não fui capaz de me colocar em melhor posição, leia-se “mais exposta”, para tirar uma fotografia ao “monumento” mais fotografado de Reno.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Laranja


Assim vai o nosso país.

domingo, outubro 09, 2005

O lago


Por detrás dos montes quase áridos que rodeiam Reno existe um misto de verdes, que nesta época são cortados por amarelos fortes e vermelhos incandescentes. É assim todo o caminho até ao Lake Tahoe, o mais profundo do mundo a uma altitude tão elevada. O lago é grande, é bonito, é límpido, é… azul.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Signo vs. Sinal

As horas de espera que a Biologia Molecular providência dão para isto e muitas outras coisas. [São 8:45pm, queria estar em casa, mas não, estou aqui à espera que o meu PCR termine. É como que um castigo por me ter enganado 3 vezes (!) no tempo de extensão. Podia fazê-lo amanhã, mas não, optei por fazê-lo hoje.] Decidi ler o meu signo (só porque está na minha página pessoal do meu e-mail Yahoo!). Não ligo nada a essas coisas, mas hoje fiquei impressionada:

A little foreign culture may be the thing you need right now to spice things up a bit, dear Aquarius. It could be that you aren't feeling a very strong connection with the environment around you and that you are anxious to spread your wings and explore your freedom. Start small but think big. Get out of your rut and do more exploration on your own. There is a sobering, disciplined feeling to the day today that may help you think realistically about your situation and where you want to go with it.

(não sei como referenciar isto, mas não quero ser acusada de nada, por isso aqui fica a página de onde copiei:
http://uk.horoscopes.yahoo.net/yahoouk/Aquarius/)

Fiquei impressionada pelo óbvio (foreign culture, aren't feeling a very strong connection with the environment around you) e porque ontem comecei a planear a minha ida a San Francisco, ainda que hesitante, porque vou sozinha, mas hoje decidi (mais ou menos!) que vou mesmo. A previsão do meu signo para hoje deu-me um sinal para “amanhã”.

"Miss BB"

Tenho saudades de uma série de coisas, de pessoas, de comidas, de cores e… do BodyBalance. Faz-me falta aquela hora de manhã cedo plena de harmonia e equilíbrio. Hoje fui espreitar o site da Les Mills: já perdi um lançamento e quando voltar não sei se terei vaga :( Fiquei ainda com mais saudades; valeu pela frase inspiradora:

So: BODYBALANCE regularly, smile soulfully and love interestingly; make our world a better place.

Jackie Mills
(BodyBalance Program Director)

terça-feira, outubro 04, 2005

Inconfidência

Tomei a liberdade de tornar público algo que me disseram em privado para tornar público o meu agradecimento.

A tua escrita faz-me sentir um bocadinho mais perto de ti. Consigo imaginar a tua expressão a cada palavra que leio, como se estivesse a ouvir-te e não a "ler-te".

Obrigada, gostei muito, muito.

segunda-feira, outubro 03, 2005

Quando os telhados das casas se confundem com o castanho das montanhas


Paisagem de uma manhã fria, em cores e temperatura.

Quando...

Sei que estou nos Estados Unidos quando…
- 7 em cada 10 carros são jipes ou pickups;
- os condutores respeitam o sinal que diz 15mph, junto a uma escola, mesmo quando não há tráfego nenhum e as únicas pessoas na rua sou eu e uma senhora a passear o seu cão;
- todos os carros param no sinal STOP mesmo quando não há carros até onde o nosso olhar alcança;
- reparo que a maioria dos sinais de trânsito são “textos” e não sinais (“right lane MUST turn right”; “right lane bicycles only”; “STOP ahead”; “wrong way”; “one way”; “speed limit 35”; “keep right”; “not a through street”; “end school zone”)
- vejo todos os carros encostarem à berma da estrada ao som de uma ambulância, que não vinha sequer no sentido em que eles circulavam (circulava perpendicularmente);
- reparo que os carros dos bombeiros e camiões são iguaizinhos aos de brincar e os autocarros das escolas são mesmo amarelos, como nos filmes;
- vejo uma drive thru pharmacy ou um drive-up ATM;
- me pedem desculpa porque não pararam na passadeira, quando eu ainda vinha a 4 passos da mesma;
- todos os autocarros (os que reparei) têm uma plataforma elevatória para permitir o transporte de cadeiras de rodas e um suporte externo para transportar bicicletas;
- o motorista do autocarro (que é sempre pontual) me cumprimenta com um sorriso (“Good Morning!” :);
- o empregado da caixa do supermercado me pergunta como estou, se tive uma boa semana, me deseja uma boa noite e o empregado que acaba de arrumar as minhas compras me pergunta se quero que ele as leve até ao carro;
- nos copos e embalagens com comida, eventualmente quente, avisam “Contents may be hot”, e no chocolate com avelãs que comprei, avisavam “May contain nuts” (hope so!);
- vejo matrículas do género [MY3LOVE], [NANDY], [877MAD];
- os filmes começam sempre à hora prevista;
- entro numa casa de banho e reparo no nível da água da sanita;
- leio o aviso afixado junto ao “bebedouro” na universidade que diz “Please do not spit chewing tobacco on the water fountain”;
- vejo grande parte dos alunos com T-shirts ou sweatshirts da universidade (UNR – WOLF PACK);
- me dizem que não me podem dar uma cópia das chaves dos laboratórios porque não tenho “Social Security Number”;
- tudo, na generalidade, é maior (as embalagens de bebidas, chocolates, mostarda; o papel de cozinha, o higiénico; as frutas; os carros;…)
- reparo nos jardins das casas, que não têm vedações;
- o rapaz com que me cruzo todos os dias no autocarro (ele sai, eu entro), ou o senhor com que me cruzo no supermercado, me diz “Hi” com um sorriso e eu respondo igual [Afinal dizer olá a alguém não “tira bocado” nenhum. Às vezes faz-me confusão cumprimentar essas pessoas que não conheço, sempre me disseram para “não falar com estranhos”, mas sou bem capaz de me habituar a este costume e até gostar.]
- vejo bandeiras dos USA em todos os lados (carros, casas,…).

Sei que estou em Reno quando…
- passeio pela baixa e só encontro casinos, motéis, lojas de souvenirs, restaurantes, wedding chapels e joalharias;
- as duas senhoras que estão ao meu lado, na paragem de autocarro, estão, simultaneamente, a colocar creme hidratante nas mãos (a consequência de uma humidade relativa de 30%, que só os meus olhos de vez em quando tendem a contrariar);
- o trajecto do meu autocarro é mais uma vez alterado em virtude da Virginia Street estar mais uma vez fechada ao trânsito, por ocasião de mais um evento (outra vez motas! desta vez motocross, sim motocross, que embora as ruas da baixa de Reno sejam de asfalto, trouxeram toneladas de terra e espalharam-na pelas ruas para criarem um terreno irregular onde os meninos das motas podem fazer as suas acrobacias);
- pela décima vez, num só dia, apanho mais um choque.

Não sei onde estou quando… reparo no desenho de uma criança, afixado no autocarro, em que se vê um menino a pedir aos pais que não lhe batam porque isso lhe dói (“Mom, dad, can you please stop hiting me because it hurts you even leave me purple marks.“). “Preventing child abuse” é o nome da campanha e está traduzido para espanhol.