segunda-feira, abril 14, 2008

Às vezes…

…acontecem-nos coisas que nos fazem sentir mesmo frágeis. Sentir que algo que para nós era um dado adquirido pode deixar de o ser. Coisas tão básicas como, por exemplo, perder a capacidade de ouvir. E se, de repente, deixássemos de ouvir? E se, de repente, o mundo se calasse aos nossos ouvidos? E perder e visão? A vida com o interruptor da luz sempre no off. Estas coisas podem mesmo acontecer, assim, de um momento para o outro, sem qualquer aviso, sem que tenhamos feito nada de errado. Acontecem e pronto.

…acontecem-nos coisas que nos fazem relativizar os nossos problemas. Estas últimas semanas foram frutuosas nesse sentido. Já há algum tempo que não me queixo muito dos meus problemas, trigonite e afins, mas depois das coisas que vi acontecerem a outras pessoas, coisas que acontecerem e pronto, acho que bem posso deixar-me de queixas, pelo menos de algumas. Neste momento parece-me ridículo que o faça. A expressão “Há coisas piores.” nunca fez tanto sentido para mim. Há de facto coisas muito piores.

Este é daqueles posts que não deve fazer muito sentido aos que o lêem. Nunca escrevo complexidades porque gosto, escrevo-as porque a vida é mesmo assim, complexa por natureza, embora a Natureza, essa, seja o oposto. [Se há coisas na Natureza que não compreendemos é porque não temos conhecimentos suficientes, porque tudo faz sentido. Tudo encaixa, tal como num puzzle, mesmo aquele de 1000 peças em tons de azul, que parece impossível de se terminar. No fim tudo encaixa, todas as peças estavam lá para ocupar um lugar.] Pensando bem, a vida também só se torna complicada porque dificilmente temos ao nosso dispor the all picture, se a tivéssemos acho que seria de uma clareza como aquela que o nome deste blog tenta traduzir.

Nenhum comentário: