segunda-feira, novembro 16, 2009

As férias no Pacífico

Em Outubro fomos de férias, não foram umas férias quaisquer porque fomos para o Pacífico Sul. Não ia dizer aqui porque não gosto de publicar muita informação pessoal, mas também não estou a ver qual o problema, por isso aqui vai, fomos para as Cook Islands. Há mais de 3 anos planeámos esta viagem, mas na altura não conseguimos ir, fomos este ano e valeu bem a pena.

Saímos de Aberdeen num Domingo à hora de almoço e chegámos lá numa segunda às 6:00 (lá são menos 11 horas do que aqui). Demorou umas 30 horas até lá chegar, mas vale a pena. Passámos a primeira semana em Rarotonga, a segunda em Aitutaki (que fica a 45 minutos de voo), e a terceira, e última, novamente em Rarotonga.

1º semana – Rarotonga

A cottage
A nossa cottage (casa de madeira construída sobre estacas) era muito gira e grande e tinha uma das melhores vistas de Rarotonga, lagoa azul, recife e vasto oceano azul, e como se isto não fosse suficiente, tem uma pequena ilha vulcânica (Taakoka) coberta de vegetação, nomeadamente palmeiras, mesmo em frente, ao lado da qual o Sol nasce. Escusado será dizer que vi os mais fascinantes nascer do Sol da nossa vasta varanda todas as manhãs (se estivesse frio via mesmo de dentro do quarto, com janela a todo o comprimento da casa).
Ficava situada na parte mais bonita da ilha, em Muri Beach.

Jet lag
Como lá são menos 11 horas (agora -10 horas), fiquei com um jet lag monumental e no primeiro dia fui deitar-me às 16:30 e só acordei no dia seguinte. Nos outros dias deitava-me pelas 19:30-20:30 e foi assim durante a primeira semana, depois lá me ajustei à diferença horária. O que isto permitiu foi que acordasse todos os dias pelas 5:00 a tempo de ver o nascer do Sol e de dar um passeio pela praia vazia.

A ilha
Nunca tinha estado num local rodeado por recifes de coral e hesito em dizer que fiquei mesmo fã. As águas são de facto de um azul estonteante (desde que haja condições de luz óptimas), os peixes coloridos são mesmo giros, mas há contras. Onde há recifes de coral, aparentemente, há pepinos-do-mar, criaturas essas que não fazem mal a ninguém e há até quem as ache um petisco, mas que a mim me fazem alguma impressão. Para além de existirem pepinos-do-mar, nos quais não toco, embora sejam aos milhares, há os corais, que se tem mesmo de evitar (os cortes em corais podem resultar em infecções pouco agradáveis), e o stonefish, cuja picada não é nada agradável e requer tratamento. Por tudo isto só entrei uma ou duas vezes na água sem sandálias, o que é coisa que não gosto nada. Ou descalça ou com barbatanas, com sandálias não.
Porque nunca é demais repetir, o azul da água é mesmo deslumbrante, lembro-me de ir no autocarro e de ir com um sorriso no rosto só de olhar o mar azul, lindo, lindo.

Em relação ao interior da ilha, foi mais uma novidade, floresta tropical. Muito, muito verde e recheada de plantas que eu não conhecia, e outras que até conhecia, mas que só tinha visto em jardins/estufas. Adorei, o problema são os mosquitos, mas o repelente funciona bem.

Comida
A comida não é grande coisa. Há alguns pratos interessantes, mas nada que me tivesse conquistado o paladar. O prato mais típico chama-se Ika Mata (peixe cru marinado em sumo de lima e leite de coco), de que eu não gostei muito, e Umukai (comida cozinhada num forno debaixo de terra e coberto com folhas de bananeira), de que eu não gostei nada. Passei o tempo a comer fish and chips (viva a ironia de viver na terra dos fish and chips e de nunca comer) que era o melhorzito que havia na maior parte dos sítios que experimentámos que não fossem restaurantes mais high profile (não que houvesse muitos).

Compras
Ir ao supermercado (que de super não tinha nada) era uma aventura, já que o que tínhamos como oferta era essencialmente enlatados, e como se isso não fosse suficientemente mau, ainda tínhamos que nos certificar que não estavam fora de validade, o mesmo com os iogurtes, e, parece-me, com qualquer coisa. O mais hilariante foi estar a dizer à senhora que estava por detrás do balcão da carne que me desse a embalagem de salsichas frescas que eu consegui ver que estava dentro da validade, quando existiam várias iguais e, supostamente, não haveria motivo para ser tão precisa e estar ali dizer que queria a do meio e não outra. Bom, isto foi o que se passou na ilha principal das Cook Islands, no único lugar a que se pode chamar town, Avarua. Agora imaginem a oferta disponível em qualquer outro lugar das Cook.

2ª semana - Aitutaki

A ilha
Chegámos lá de manhã cedo, a bordo de um avião pequenino e à nossa espera estava um terminal de aeroporto de escala semelhante (as malas fomos buscá-las ao carrinho que as trazem do avião até ao terminal). A vista aérea é linda, linda de morrer, mas a realidade lá em baixo é um bocado diferente. Aitutaki tem uma das lagoas azuis mais bonitas do mundo e de facto vi lá as melhores praias que já alguma vez vi, mas também vi as piores. A ilha principal não tem praias que eu considere boas, mas algumas das ilhas pequenotas que se encontram na lagoa têm praias lindas, lindas e não é demais estar a repetir-me. Os azuis são absolutamente inebriantes. O estarem cobertas de palmeiras, areia quase branca e saber que são ilhas desertas aumenta a atracção que exercem sobre mim, acho que sobre qualquer pessoa. É preciso autorização para se passar a noite numa destas ilhas, mas só me apetecia passar lá uma noite, qual castaway

O interior da ilha também é muito bonito. Percorremo-lo de bicicleta por estradas que mal se distinguiam da vegetação circundante dada a pouca afluência de gente a estes locais. Só se ouviam os pneus das bicicletas a roçar na vegetação que invade os caminhos. As paragens para tirar fotos eram rapidamente interrompidas pela necessidade de seguir viagem porque os mosquitos eram rápidos a encontrarem-nos. Sim, esta ilha está cheia de mosquitos que me morderam muito, nomeadamente os joelhos e tornozelos (isto antes de me ter apercebido que tinha de andar sempre com repelente).

O centro da vila
Absolutamente inacreditável de tão pequeno, quase inexistente, que é. O posto dos correios, um supermercado (aqui a denominação super tem outra dimensão), um bar/restaurante bastante deprimente, um escritório de uns serviços públicos quaisquer, um banco, uma loja de recordações e uma igreja (em obras). Isto, mais coisa menos coisa, é o centro da principal vila de Aitutaki, a segunda ilha mais desenvolvida das Cook Islands.

O bungalow
Já sabíamos que este não ia ser tão fixe como o nosso bungalow em Rarotonga, era mais pequeno e mais básico, mas ainda assim fomos surpreendidos pela positiva. Todos os dias era serviced e as toalhas mudadas (se quiséssemos), havia água quente e com pressão, enfim, muito mais do que esperávamos. Agora, aquilo que era mesmo fascinante era a vista, o nosso bungalow era beachfront, com a areia da praia mesmo debaixo das estacas do bungalow e rodeado por palmeiras. Se em Rarotonga tínhamos o nascer do Sol em frente à janela, aqui tivemos o pôr-do-Sol e vimos uns memoráveis.

Comida
Comemos maravilhosamente numa daquelas ilhas inabitadas a que fomos durante um dia de snorkelling a bordo do barco do Teking. A comida é preparada lá e servida em giant clams e em vez de pratos temos folhas entrelaçadas. As mesas ficam dentro de água de maneira que comemos com peixes a nadarem em redor das nossas pernas.

Snorkelling
Oh-my-God
, vimos tantos peixes e tão giros. No início isto de fazer snorkelling não me agradava muito, mas depois de uma pessoa se habituar a dividir o mar com os peixes, que por acaso até vivem lá, fazer snorkelling é mesmo fixe e pode até ser viciante. Há que ter cuidado com os corais, mas passar entre passagens estreitas de corais é o máximo. Pena que as nossas fotos subaquáticas tenham ficado muito más (temos para aí umas 4 que se aproveitam). Valeu a pena pelas gargalhadas que demos ao vê-las (há de tudo, até um dedo em frente à objectiva).

3ª semana – Rarotonga

Na continuação da semana anterior, esta semana foi no mínimo especial.
Quase não fomos à praia, mas tomámos um banho ao pôr-do-Sol, nadámos até Koromiri (ilha pequena em Muri Beach) e andámos de kaiak. Apanhámos uma valente desilusão na Island Night (noite em que se come a comida típica, umukai, e se assiste às danças tradicionais da ilha) do Pacific Resort. Fizemos muito mais que isto, mas fica para outro post.


As temperaturas rondaram os 23-26ºC e a água ainda não estava muito quente, mas seguramente acima dos 20ºC (lá é Primavera agora).

Não tivemos nenhum problema de saúde, mas eu fiz uma alergia ao Sol (sim!), que foi melhorando ao longo das férias, e ambos apanhámos uns escaldões memoráveis (nunca mais volta a acontecer!).


Em resumo, Rarotonga é mesmo muito bonita e Aitutaki tem ilhas com praias deslumbrantes. Recomendo uma visita às Cook Islands, mas há vários conselhos que tenho para dar.

Haveria muito mais que contar, mas o post já vai longo e depois ficavam a saber o mesmo que eu :)

Um comentário:

Pedro disse...

Cláudia, olha: uau... é só o que tenho a dizer... que fotos. 3 anos de espera que valeram cada minuto.
Bjs