domingo, dezembro 04, 2005

Saturday night

Os meus últimos dias têm sido algo preenchidos. Não tenho tempo para mim, para as coisas que ainda tenho que fazer no laboratório, nem para o blog. Mas hoje tinha de escrever qualquer coisa. Porque sim, porque me apetece.
Ontem passei o dia no laboratório. A noite no Zephyr. Um bar pequenino, com uma decoração, no mínimo, original, com pouca luz, muito fumo e música alta. É um daqueles bares onde tocam bandas de garagem, mas já com CDs. Gostei das duas de ontem. Fui lá com pessoas dos laboratórios vizinhos, um deles conhecia o dono e como tal entrámos sem pagar, sem ter de mostrar ID e ainda fomos apresentados aos membros de uma das bandas. Ao mesmo tempo que fui apresentada a uma série de pessoas, também me despedi delas. A maioria era muito simpática, se bem que a palavra certa para os descrever talvez seja cool. Na maioria eram snowboarders e americanos, mas havia um tunisino, um chinês, um francês e uma alemã, a única rapariga para além de mim. Foi a minha festa de despedida não oficial (a oficial, com o PI do meu laboratório, será segunda). Bebi mais do que devia (cerveja Sierra Nevada e Roman Coke, que na verdade se devia chamar jack and coke, porque Roman Coke vem de rum-n-coke, que é, como o nome indica, rum e Coca-Cola, a minha bebida era Jack Daniel’s e Coca-Cola), mas em qualquer momento disse ou fiz algo que não devia, mas deu para perceber que foi demasiado. Ontem não foi um dia fácil.
Em todos os sítios do mundo isto acontece, mas ontem à noite pude perceber e “sentir” o que é que as pessoas querem dizer com: “os americanos saem às sextas e sábados à noite com o objectivo de arranjarem alguém”. Em todos os lados existem as trocas de olhar, o olhar insistentemente para a rapariga para ver se cruzam o olhar, sorrir e depois começar uma conversa. A parte da conversa é importante, não tanto pelo que se diz, mas como se diz. Como há pouca luz e dificilmente nos conseguimos ouvir, o rapaz chama a atenção da rapariga tocando-lhe no braço, costas, ou cintura, depois há que falar ao ouvido, e, por fim, mantê-la junto a ele, agarrando-a na cintura, costas, ou, os mais ousados, no pescoço. Perdi a conta ao número de vezes que me disseram: “So, you’re from Portugal!”! Mas foi divertido. Foi como voltar uns anos atrás no tempo e imaginar-me numa festa de aniversário de uma colega do secundário. Foi engraçado perceber como estou “crescida”, como não me incomoda se um rapaz está a olhar, se me toca mais do que o necessário, se fala colado ao meu ouvido. Um sorriso, um passo para o lado oposto e começar a falar com outra pessoa resolve a situação. Tested and proved.

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